PSIQUIATRIA E COVID-19


Psiquiatria | Saúde e bem-estar – Covid-19
Leandro Waidemam
Foto: Milton Flávio

PSIQUIATRIA E COVID-19

A Covid-19 tem provocado inúmeras consequências e uma delas é na saúde mental, alerta psiquiatra, Dra. Simone Secco 

O distanciamento físico, decorrente da pandemia, alterou o padrão de comportamento da sociedade. A mudança dos métodos e da logística de trabalho, educação e de diversão impediu algo muito importante para a saúde mental, o contato próximo com as pessoas.“O momento é de cuidar das consequências diretas e indiretas geradas pela Covid-19 e, nesse contexto, está a saúde mental”, explica a médica psiquiatra. Sobrecarga de tarefas, falta de perspectiva, exposição a situações de risco, tensão prolongada, perdas afetivas e insegurança econômica, agravam o quadro. Esses cenários não são independentes, ou seja, uma pessoa pode ter sido exposta a várias destas situações ao mesmo tempo, o que eleva o risco para desenvolver ou complicar transtornos mentais já existentes.

Dra. Simone Secco explica que essa é uma questão que afeta toda a população, mesmo pessoas que não tiveram perdas diretas. Algumas reações são comuns, mas a persistência, ou o agravamento delas, deve ser motivo para buscar ajuda profissional: alterações de sono, dificuldade de concentração, consumo de álcool ou drogas, aparecimento de pensamentos intrusivos, sentimentos de desesperança, tédio, solidão, depressão, ansiedade, irritabilidade, medos ou preocupações excessivas. Ainda há reações de estresse ligadas a notícias falsas, alarmistas ou sensacionalistas e mesmo ao grande volume de informações circulando.

Dra. Simone orienta que, nessa fase, é importante manter uma rotina diária de sono, alimentação e atividade física possível, que inclua as crianças e adolescentes, incentivando-os a observarem os protocolos sanitários sem fomentar medo ou pânico. “Identifique e institua ações que promovam bem-estar à família. Selecione a quantidade e qualidade das informações que consomem. Evite o uso de álcool e outras drogas e a automedicação. Cultive laços afetivos. Afinal, precisamos nos distanciar fisicamente, não afetivamente. Mantenha contato com familiares e amigos por mensagens, ligações e vídeos. Envolva-se em movimentos de cooperação solidária. Medite, leia, assista a filmes, exercite-se, ouça músicas, aprenda uma nova habilidade, desenvolva sua religiosidade. Se estiver em sofrimento, busque ajuda profissional de psicólogos e psiquiatras: há profissionais e serviços disponíveis mesmo à distância. Em casos específicos, será necessária a utilização de medicamentos, situação que vem aumentando nos últimos meses. É a forma de garantir uma melhor qualidade de vida para as pessoas neste momento que estamos, mas que vai passar”, conclui. 

SEM LEGENDA


Dra. Simone Secco da Rocha (CRM 70844 – RQE 751331)
Formada pela Universidade Federal de Mato Grosso, com residência médica em Psiquiatria e Mestrado em Saúde pela FAMERP;  título de Especialista em Psiquiatria Geral e Habilitação em Psiquiatria da Infância e Adolescência pela AMB; Pós graduação em Saúde Mental da Infância e Adolescência-CESMIA/UNIFESP;   Gerente de Saúde Mental da Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde de São José do Rio Preto; Diretora Clínica da APAE-Rio Preto; Preceptora do Ambulatório de Autismo da FAMERP.






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