Psicóloga e psicanalista, Vânia Lara Santos


PSICOLOGIA | SAÚDE E BEM ESTAR – COVID-19
Leandro Waidemam
Fotos: Milton Flávio

SAÚDE MENTAL 

Psicóloga e psicanalista, Vânia Lara Santos, fala sobre ansiedade, emotividade e medo causados pela Covid-19

A Covid-19, além da preocupação com a saúde física, está provocando também uma série de problemas psíquicos, globalmente, na população. E é um número expressivo. Um estudo com mais de 230 mil pacientes que contraíram o coronavírus, a maioria dos Estados Unidos, mostrou que 43% dessas pessoas apresentaram algum transtorno psíquico dentro de um período de seis meses após a infecção, sendo os mais comuns relacionados com a ansiedade e transtorno de humor.
A psicóloga e psicanalista, Vânia G. T. Lara Santos, distingui dois grupos dentro desse quadro: os que foram contaminados pelo vírus e os que não foram infectados. No primeiro caso, “a necessidade do distanciamento social e do isolamento, mesmo em relação aos seus familiares, no período de incubação, exacerbou o sentimento de solidão, tristeza, emotividade e ansiedade, não sendo raros, também, os relatos de comprometimento do sono”. A psicanalista explica também que, para aqueles que desenvolveram a forma mais grave da doença, o pós-Covid apresenta quadros mais complexos, sendo comum relatos de desorganização temporal, em razão do maior ou menor período de internação, bem como quadros mais definidos de humor deprimido, angústia e insônia.
Já no grupo que não contraiu o vírus, nota-se um estado de alerta generalizado, inerente e decorrente dos cuidados epidemiológicos que são necessários, podendo evoluir para manifestações de ansiedade em maior ou menor grau e até chegar à reação de pânico.
Tudo isso, segundo ela, está ligado ao medo de perder a própria vida e até mesmo as restrições que essa fase de pandemia impõe. Além disso, existe a limitação quando um parente ou amigo está internado, porque nesse ponto há também o impedimento de visita para evitar o contágio. Para a psicóloga e psicanalista, são situações que podem deixar as pessoas mais fragilizadas emocionalmente, levando-se em conta os fatores inerentes à subjetividade e singularidade da pessoa. “Dentro dessa perspectiva, a emotividade, inerente às pessoas que passaram pela doença, é esperada, e pode ser até positiva, quando compreendida como possibilidade de ressignificação da vida”, conclui Vânia.



SEM LEGENDA

Vânia G. T. Lara Santos | CRP/6 Região 23.307
Psicóloga e psicanalista com formação pelo Grupo de Transmissão e Estudos Psicanalíticos (GTEP) do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae de São Paulo. Membro do Cultura Psicanalítica de São José do Rio Preto/SP.