Dermatologia
Leandro Waidemam
Foto: Milton Flávio

QUEDA DE CABELO PÓS-COVID-19

Dra. Regislaine Miquelin fala sobre um dos principais temas ligados à área dermatológica

Pouco mais de um ano após o início da pandemia, cientistas ainda tentam descobrir quais são as sequelas e por quanto tempo elas podem durar. Uma das maiores queixas no consultório é a queda de cabelo, situação relatada por pessoas que tiveram a Covid-19. Geralmente, a queda ocorre após a resolução da doença. Segundo pesquisadores de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia, que analisaram dezenas de estudos sobre o tema com 48 mil pacientes ao todo, os cinco sintomas mais comuns da Covid prolongada são fadiga (58%), dor de cabeça (44%), dificuldade de atenção (27%), perda de cabelo (25%) e falta de ar (24%).

A médica dermatologista, Dra. Regislaine Miquelin, explica que é comum uma queda de cabelo acentuada meses depois de doenças infecciosas mais graves, como dengue, chikungunya, zika, além de episódios de estresse, perda de peso e parto. "O que se acredita agora é que o Coronavírus faça parte desse grupo de doenças que podem estar ligadas à queda capilar acentuada."

Ela explica ainda que, em geral, pacientes com perda de cabelo relatam que os fios começam a cair em volume bem maior do que o normal em torno de 2 ou 3 meses depois da infecção. E que, meses depois, ele se recupera espontaneamente. Para o diagnóstico preciso do que está acontecendo, o paciente deve passar em consulta com seu médico dermatologista. “Ele avaliará o couro cabeludo, através da Tricoscopia e instituir o melhor tratamento. Lembrando que o Coronavírus pode servir de gatilho para quem já tem predisposição genética de desenvolver a alopecia androgenética”, afirma a doutora Regislaine.  “Por isso, faço um alerta para a população, todos os dias atendo pacientes que vem tomando várias medicações diferentes, complexos vitamínicos sem acompanhamento. O excesso de vitaminas também podem levar a queda capilar”, acrescenta.

TRATAMENTOS ESPECÍFICOS

Até o momento, não há nenhum indicativo de que a queda de cabelo associada à Covid-19 demande tratamentos diferentes dos que são adotados normalmente para o eflúvio telógeno. É importante destacar que, cabe a médicos dermatologistas (especializados ou não em cabelos, os tricologistas) diagnosticarem essa condição de saúde e prescreverem eventuais tratamentos. “Isso dependerá, por exemplo, do histórico de cada paciente e da dimensão da queda de cabelo em curso. Se ela for leve, transitória, a recuperação deve ser espontânea. Mas algumas pessoas podem apresentar perdas mais significativas, para esses casos e quando associado a condições genéticas podemos fazer tratamentos capilares no consultório com LED terapia associado ao MMP, que é a infiltração de medicamentos e vitaminas no couro cabeludo, explica a dermatologista Regislaine Miquelin.

Dra. Regislaine M. de Souza Miquelin – Médica Dermatologista – CRM 130.198 | RQE 71.535
Pós Graduanda em Tricologia
Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica