GERMANA ZANETTI
A ARQUITETA E ARTISTA PLÁSTICA QUE CONQUISTA O MUNDO PELA EXPRESSÃO DA MULHER FORTE, SENSÍVEL E COLORIDA
De seu ateliê, em sua residência, em São José do Rio Preto, nasceram os primeiros traços e as pinceladas que ganham notoriedade por formas e cores que expressam a figura da mulher. Germana Zanetti, arquiteta que comemora 32 anos de formação neste ano, nasceu em Tanabi, graduou-se em Campinas, tem a mesma paixão pelas personagens de seus quadros, criadas com muita personalidade, e pelos trabalhos na Arquitetura. Com seu jeito de ser leve e olhar que brilha aos horizontes de infinitas formas de ver o mundo, ela mostra que mente, coração e técnica se unem e dão vida a uma explosão de sentimentos, de falas, prozas e poesias, com suas “Marias”.
ARQUITETURA E ARTE
“Amo minha profissão de arquiteta e de trabalhar, durante tantos anos, com projetos residenciais e comerciais. A arquitetura é parte de tudo o que sou, porque com ela trabalho todos os dias e, tudo o que vejo, sempre imagino de uma forma transformadora, como é a própria arquitetura. Já sobre minha arte com os quadros, acredito que tenha surgido porque, desde criança, eu observava o trabalho de minha mãe, que era professora de Educação Artística. Aos 11 anos, comecei a me aprofundar mais e já gostava de estudar arte. Fiz, então um quadro. Depois outro. Mas, ainda não sonhava com as Marias. Anos mais tarde, fui estudar Arquitetura e, depois da formação, e de minha união profissional com o arquiteto Leandro Madi, descobria, cada vez mais, o quanto me envolvia com a área e o poder de transformar que a arquitetura tem. Nosso escritório, “Zanetti e Madi Atelier de Arquitetura”, tem uma história muito sólida e continuará sendo assim, porque sou uma artista-arquiteta, como costumo dizer. As Marias aconteceram em minha vida pelo fato de ser uma observadora do universo feminino e todas as suas cores. E, paralelo a tudo isso, meu pai ficou doente e, devido ao Alzheimer, começou a esquecer de mim. E isso me abalava profundamente. Então, comecei a pintar as Marias como uma forma de lidar com tudo isso sob um outro prisma. Eu buscava a cor, a sensibilidade, o romantismo de cada Maria naqueles primeiros traços”.
RAÍZES QUE INSPIRAM
“Recentemente, comecei a pesquisar mais sobre a origem de minha família e descobri que tive muitas ‘Marias’ na minha vida, de avós, tataravós e suas ascendentes. Na verdade, todos nós temos uma Maria, seja ela amiga ou parente. As Marias, para mim, é a síntese de muitas mulheres. E isso tem muito a ver com toda a história humana, desde as Três Marias estrelas, à Maria Mãe de Jesus, e todas as Marias possíveis. Todas são como as faço: fortes, enigmáticas e amorosas. Tanto é que já viu que todas têm a mesma boca em forma de coração, independente de quem elas são nos meus quadros? Eu, sinceramente, também me vejo em todas as ‘Marias’ que pintei. A inspiração de uma Maria é a essência feminina”.
MARIAS PELO MUNDO
“Eu não sabia o quanto minhas ‘Marias’ andariam pelo mundo. Confesso que, quando fiz as primeiras, pensava que ficariam apenas em minha casa e no meu escritório. Mas as pessoas começaram a elogiar, emocionar-se com o tema, valorizar os traços delas. Começaram os primeiros pedidos, as primeiras exposições, sem que eu me desse conta de que uma multidão de Marias estavam prestes a colorir o mundo. É claro que eu vibro com isso e fico muito emocionada em ver que, de um modo geral, ocupam não só um espaço decorativo. Elas representam muito de quem as Marias que existem em casa, ou no ambiente de trabalho”.
TODAS AS MARIAS
“As diferentes etnias globais são fonte de inspiração. Eu me lembro que quando comecei, já me interessava pela força das raças, das cores, do modo de vida, de toda forma feminina que vi. Neste ano, iniciarei alguns quadros com ‘Marias’ Egípcias. Aproveitando uma viagem que farei ao Egito, já tenho as Marias em traços e cores para começar a pintar. Inclusive, algumas delas pintarei lá mesmo. E não é mágico resgatar forças da história de nossos povos para termos um pouco disso tudo em forma de arte dentro de nós?”
