Dr. Pedro Prado Júnior


SAÚDE | OBESIDADE 


DR. PEDRO PRADO JÚNIOR 
SEM CHANCES PARA A OBESIDADE 

SEM LEGENDA

Médico intensivista no Hospital Albert Einstein e Samaritano – em São Paulo – Dr. Pedro Prado Júnior também é atuante na área de Nutrologia. Em entrevista concedida à Ala Vip Magazine, o profissional comenta a respeito da Obesidade – o que é, quais as consequências à saúde e os tratamentos existentes. 
Em índices cada vez mais alarmantes em diversos países do Globo, em Especial nos Estados Unidos, a China e o Brasil, a Obesidade é considerada uma doença crônica e é caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal. Nos últimos anos, as estatísticas alertam sobre a gravidade e quadros complexos, que envolvem uma série de problemas de saúde, como a Diabetes Mellitus, os problemas cardiovasculares, a hipertensão arterial, além dos uma grande lista dos ligados às taxas hormonais e metabólicas. Ou seja, um descompasso entre estruturas que são correlacionados, incluindo, até mesmo, problemas por sobrecarga de peso às estruturas ósseas. Os problemas ligados à obesidade vão ainda além na fase atual, quando a humanidade atravessa o período de uma pandemia causada pelo Coronavírus, já que pessoas com comorbidades, como é o caso de pessoas obesas, são mais vulneráveis às complicações desencadeadas pelo vírus. Dr. Pedro comenta que, hoje em dia, a sociedade brasileira tem uma noção maior quanto à complexidade e riscos da doença. “Tempos atrás, as pessoas associavam o sobrepeso a algo engraçado, ou, até mesmo, faziam, ainda mais, o problema, uma fonte para o bullying. Isso desde a infância. Afinal, quem nunca foi vítima ou presenciou uma criança atacando a outra com palavras como ‘seu gordo’, ‘sua baleia’, entre tantos casos. Também há os casos de aceitação da própria condição do indivíduo, como quando ele diz: ‘minha barriguinha de chope’. No entanto, o excesso de peso é algo grave é quase uma sentença de que os problemas de saúde surgirão. Para se evitar as doenças, os quadros graves e, até mesmo, em muitos casos, a própria morte, os cuidados com a saúde e a alimentação são fundamentais. O que você faz pelo ‘hoje’, vai te beneficiar, sobremaneira, ‘amanhã’. Sendo assim, pequenas mudanças de rotina, alimentação correta e acompanhamento com profissionais da área de saúde, farão toda a diferença. 

Dr. Pedro, a obesidade neste período de pandemia é algo que preocupa muito a classe médica. Por quê? 
A Covid-19 não escolhe suas vítimas fatais, ou seja, como vemos diariamente, indivíduos altamente saudáveis também podem ir a óbito. A questão é que, no caso dos obesos, esses têm uma chance maior de desenvolver infecções que evoluem, a exemplo, para processos infecciosos respiratórios graves. A obesidade é um fator de risco também em caso de pneumonia, entre outros quadros, independente da pandemia. 

De que forma a sociedade poderia melhorar, ainda mais a visão sobre os riscos da obesidade? 
O princípio de tudo seria a educação, o conhecimento, no que diz respeito à alimentação. Vivemos em um tempo no qual temos alimentos de forma fácil - embalada, enlatada, embutida. Doces, refrigerantes, produtos em taxas altas de açucares, farináceos e carboidratos. Na infância nossos pais nos dão biscoitos recheados, presenteiam com lanches de cadeias de fast-food, e muita batata frita. Nesses novos tempos também não temos atividades físicas como antes. O uso do automóvel para todos os lugares, o tempo maior diante de tablets, celulares, televisores, computadores, videogames, fazem com que deixemos de consumir energia. Outro problema grave? Deixamos de dormir o sono tranquilo, porque nossa mente vive na dinâmica deste novo mundo. Isso tudo já é uma fórmula bem completa que leva ao sobrepeso, posteriormente à obesidade – que é constituída quando a pessoa está com o I.M.C (Índice de Massa Corporal) acima de 30. Calculamos da seguinte forma: dividimos o peso do paciente pela altura elevada ao quadrado. A Organização Mundial da Saúde afirma que entre 18,5 e 24,9 kg/m2 é considerado um peso normal. Entre 25,0 e 29,9 kgm2 já sobrepeso. Acima de 30, obesidade. 

Como são os tratamentos médicos ligados à obesidade? 
Para boa parcela da população, emagrecer sem qualquer tipo de medicação. O primeiro passo, no entanto, é investigar a causa do problema. Ou seja, se o quadro de obesidade surgiu pela alimentação inadequada, ou se seriam variações hormonais e metabólicas, ou a soma de múltiplos fatores. A partir de exames completos de sangue, para verificarmos as taxas hormonais, as vitaminas e a análise do estilo de vida, idade e condições clínicas do paciente que se pode apontar os caminhos ideais ao paciente. É justamente por esse motivo que não podemos nos basear naquelas velhas fórmulas de que “o que é bom, ou o ideal em tratamento para uma pessoa, será para a outra. O importante é sempre termos em mente que há sempre a ciência e a medicina lutando para que as condições de vida sejam melhoradas e que é sempre tempo de nos cuidar!”. 






  • img

    Dr. Pedro Prado Júnior

    Médico intensivista no Hospital Albert Einstein e Samaritano – em São Paulo – Dr. Pedro Prado Júnior também é atuante na área de Nutrologia

    Leia +