Márcio Araújo





Entrevista | Ala Vip 
Foto: MIlton Flávio




MÁRCIO ARAÚJO  

A ARQUITETURA COMO UM CAMINHO DE SUCESSO  

SEM LEGENDA

A trajetória de um dos importantes nomes da área de arquitetura no interior paulista. Márcio Araújo, de Catanduva, recebeu a equipe “Ala Vip Magazine” na “Casa dos Construtores”, onde sua carreira profissional teve início, depois de cursar Arquitetura na Universidade Estadual de Londrina. Hoje, com um escritório que reúne grandes profissionais que, como ele, levam a seriedade do trabalho junto ao brilho do olhar de quem ama o que faz, Márcio realiza sonhos de clientes em diversas regiões do país, com o mesmo entusiasmo, independentemente do tamanho da obra ou da representação financeira. “Todo o sonho é um sonho”, define o leitor assíduo de assuntos ligados ao crescimento pessoal – “sem utopia”, ressalva – e fã de muitos arquitetos, entre eles, Débora Aguiar, Roberto Bigotto e Érika Queiroz. 

RECONHECIMENTO PROFISSIONAL

“Na verdade passei a ter mais consciência recentemente quanto ao patamar e reconhecimento de meu trabalho. Sinceramente, não me formei em arquitetura porque desde criança idealizava esse mundo. Na verdade, até os meus 18 anos de idade, eu vivia na roça, sem conhecer até mesmo a importância de quem era, por exemplo, Oscar Niemayer. Tudo aconteceu muito rápido e passei a me interessar por arquitetura quando eu estava terminando o colegial. Pelo fato de minha família não ter muitos recursos e não ter como pagar um curso particular, eu sabia que todas as minhas conquistas viriam do fruto de meus esforços. Mas, sempre fui muito estudioso e valorizei tudo o que aprendi na escola pública e na universidade pública. Aliás, meus pais ensinaram tudo o que há de melhor na vida em termos de valores e sempre desejaram que concluíssemos nossos estudos. Tenho um irmão gêmeo que é Engenheiro Agrônomo. Já nosso irmão mais velho, optou por viver na Inglaterra, e hoje é médico em Londres. Então sempre tivemos bons exemplos em nossa família. Eu me formei, há 16 anos, pela UEL (Universidade Estadual de Londrina) e minha família me mantinha lá com muito esforço. Sou eternamente grato por isso, no entanto, não via a hora de voltar para cá. Sou muito ligado à nossa região e minha família. Foi quando comecei a trabalhar na Casa dos Construtores, o que é um grande orgulho para mim. Um tempo que marcou minha vida. Na época, aos poucos meu trabalho como arquiteto foi crescendo e o próprio patriarca da família da empresa, Sr. Luiz Antonio, orientou-me a seguir minha carreira profissional”.  


AMOR POR SUAS RAÍZES

Amo Catanduva porque é a cidade onde construí a minha história. Nasci nesta região, em Açaí, próximo a Itajobi. Meu dia começa cedo porque acordo às 5h00, faço meditação, exercícios físicos e recarrego minhas energias com bastante positividade. Minha equipe é de 11 profissionais e estamos sempre bem ativos, pensando no melhor para cada cliente. Na realidade, amo tanto o que faço que não vejo o tempo passar e quando percebo já é o início da noite. Mas faço isso de forma confortável, sem me deixar estressar ou sofrer por excessos. A qualidade de vida e o meu estado emocional, físico e mental contam muito para que eu possa ter resultados bons no que faço. No passado, claro, já dei passos errados por querer “abraçar o mundo”. No entanto, isso não vale a pena, e tive a prova concreta, ainda mais quando descobri que estava doente, com diabetes. Então, conclui que estava na hora de reavaliar tudo. Hoje trabalho só com hora marcada e não deixo de lado momentos que me façam bem. Isso é o que me move e também me inspira”. 

INSPIRAÇÃO

Viajar, conhecer culturas diferentes. Hoje conheço mais de 20 países e estive em lugares tão diferentes culturalmente que não me canso de agradecer a Deus, porque o ser humano e a vida em si são muito inspiradores. Mas também me inspiro com minhas nostalgias, com o que vivi no campo, com a natureza e tudo de belo que observo. Sou um expectador muito ávido nesse lindo espetáculo que é o nosso mundo. Costumo analisar o cliente tendo como passo inicial o seu jeito de ser e de tudo o que ele gosta. Muitas vezes as pessoas pensam que querem suas casas de um jeito, mas no fundo, tal ideia não corresponde ao que realmente são suas características, modos ou estilo de vida, suas memórias afetivas e necessidades. Eu me baseio, até mesmo, nas marcas que a pessoa gosta, seja do vestuário ou não. A casa onde meu cliente vai morar tem que ter a cara dele e não a minha. Claro que sigo tendências, mas não as tenho como premissa, até porque sou totalmente ligado ao neutro. Com a neutralidade, o clean, é mais fácil para a pessoa deixar os visuais com personalidade, e alterar o estilo da casa dela conforme as mudanças do tempo e suas mudanças de astral, de humor. Por exemplo, ela pode dar o toque final de tendências com elementos da decoração, com os móveis, os tapetes, enfim, uma série de coisas. Outro fator importante que rege na arquitetura atual é a valorização da iluminação natural, bem como o uso de produtos ecologicamente corretos. A automatização também é bastante utilizada hoje em dia. 

REALIZAR SONHOS

Utilizar o que temos em mãos como recursos para promover ambientes que resultam na satisfação de um cliente, independente de seus recursos financeiros não tem preço. Você pode trabalhar com um conjunto que custe milhões a uma pessoa, ou um pequeno jardim na sacada que mude a cara de um apartamento de 40 metros quadrados com a mesma satisfação. É o encanto, o brilho nos olhos de meus clientes que mais prezo, e nunca seu poder aquisitivo. O sucesso profissional é algo que acontece com o esforço, mas se eu pudesse dar um conselho a um jovem que está começando na área, diria: “valorize o tamanho da emoção e não o montante financeiro agregado”. 


NOVOS PROJETOS

“Eu já estou realizando um neste momento, que é trabalhar em demais cidades, tanto da região, como em São José do Rio Preto, Barretos, entre tantas outras. Não tenho muitas ambições e nem mesmo em ter meu nome estampado por todos os lados. Eu quero ter um futuro confortável, poder viajar bastante, mas com o pé no chão. Tenho facilidade para transitar e apreciar coisas de universos bem distantes, como o de tomar um bom vinho e saborear pratos de um restaurante europeu e ter o mesmo prazer de comer pratos que minha mãe sempre fez na roça. Na verdade eu sonho em continuar sendo eu mesmo, sem me deslumbrar ou achar que sou melhor do que ninguém. Estar vivo e me renovar com as minhas experiências me basta”.