DRA. LARISSA CANIZZA PACHECO LUCCA

ARTIGO
DRA. LARISSA CANIZZA PACHECO LUCCA
Foto: Milton Flávio



O USO SEGURO DOS REPELENTES

SEM LEGENDA
As doenças transmitidas pelo mosquitoAedes Aegypt, como Dengue, Zika e Chikungunya, têm sido assunto frequente nos últimos meses e gerado uma série de dúvidas quanto às medidas preventivas contra elas. Além de evitar o acúmulo de água parada (principal criadouro do mosquito vetor) e usar telas e mosquiteiros nos ambientes domésticos, destaca-se o uso correto dos repelentes.

Qual o melhor repelente a ser utilizado?
Deve-se utilizar, preferencialmente, produtos que contenham princípios ativos recomendados pela “Organização Mundial de Saúde” (OMS) e com registro na “ANVISA”. No Brasil, os principais são: “DEET”(dietiltoluamida), icaridina (derivado da pimenta), “IR3535” e os óleos de eucalipto e citronela (esses últimos com menor eficácia).

Quantas vezes o repelente deve ser reaplicado?
A frequência de aplicação depende do princípio ativo e da sua concentração, o que varia de produto para produto.
Os repelentes podem ser usados por mulheres grávidas ou amamentando?
Sim. Não há contraindicações.
Podem ser usados repelentes de insetos e protetores solares ao mesmo tempo?
Sim. Porém deve-se aplicar primeiro o protetor solar e depois o repelente. Não devem ser utilizados produtos únicos que combinem “DEET” com protetor solar, pois o “DEET” pode tornar o fator de proteção solar (FPS) menos eficaz e causar efeitos adversos, uma vez que o protetor solar deve ser aplicado com mais frequência que o repelente.

Os repelentes podem ser usados em crianças?
No Brasil, repelentes de insetos são contraindicados para bebês com menos de seis meses. Nesse caso, usar protetores de tomada à base de citronela, mosquiteiros de berço e roupas compridas, além de evitar áreas com maior concentração de mosquitos. Nessa idade, os repelentes só são utilizados em situações especiais, com orientação e acompanhamento médico.
6 meses a 2 anos: “IR3535” (duração média de quatro horas) 2 a 12 anos: “DEET” na concentração máxima de 10% (duração média de quatro horas) ou Icaridina até 25% (duração de 8 a 10 horas) Acima de 12 anos:“DEET” em concentrações acima de 10% (duração média de seis horas) ou Icaridina até 25% (duração de 8 a 10 horas)
Repelentes à base de “DEET” não devem ser reaplicados mais de três vezes ao dia!

Quais produtos não têm comprovação científica de eficácia?

Alho ou vitaminas do complexo B tomadas por via oral e pulseiras embebidas em produtos químicos repelentes, assim comodispositivos ultrassônicos e  elétricos luminosos com luz azul são ineficazes.

Por que algumas pessoas são mais picadas do que outras?
Há uma predisposição individual de acordo com certas substâncias exaladas pela pele como ácido láctico exalado no suor e o CO2 liberado na expiração. Outros fatores como calor, umidade, irritações na pele, ingestão de álcool e tipo sanguíneo “O” também contribuem para um risco maior de picadas.

Roupas e cosméticos interferem no risco de picadas de insetos?

Roupas coloridas e brilhantes e cosméticos perfumados costumam atrair mais os insetos.

Como aplicar os repelentes com segurança?
· Leia atentamente o rótulo de cada produto;
· Não aplique o repelente diretamente no rosto das crianças (borrife primeiramente nas mãos) e evite a região dos olhos, da boca e das genitais;
· Não aplique repelentes em áreas de pele irritada ou machucada;
· Aplique o produto do lado de fora das roupas e na pele exposta e não reaplique mais que o recomendado, pois isso não torna o repelente mais eficaz;
· Aplique em crianças pequenas e sempre supervisione os mais velhos ao usarem o produtos;
· Repelentes em spray devem ser aplicados em ambientes abertos para evitar o risco de inalação direta;
· Lavar as mãos após aplicação a fim de evitar a ingestão acidental de pequenas quantidades dos mesmos;
· Evite dormir com o repelente no corpo e, na medida do possível, prefira ambientes refrigerados, uma vez que o mosquito prefere áreas quentes;
Para mais esclarecimentos acesse o portal da “Sociedade Brasileira de Dermatologia” (www.sbd.org.br) e consulte seu médico, pois a educação é a melhor forma de prevenção às doenças.

Dra. Larissa Cannizza Pacheco de Lucca - CRM/SP 118957 - RQE 29476

Dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e médica titular da “Clínica Cannizza - Medicina Integrada”